Um pneu, um acidente e uma tristeza mundial…

No meio de um campo imaginário onde a bola é um pneu, o futebol acordou com mais drama que novela mexicana. Diogo Jota, o fabuloso atacante do Liverpool, nos deixou em uma curva fatal, junto com seu irmão André Silva. Era para ser só mais uma viagem na autopista espanhola, mas a estrada resolveu queimar uns fusíveis e jogar o carro dos manos Jota fora dos limites de jogo. Isso é o que eu chamo de cartão vermelho da vida!

Clubes do mundo todo largaram as chuteiras por um segundo para prestar respeito. Até o Santos, que vem de um mar perda de maré baixa, e o Corinthians, que ainda acredita ser campeão do Planeta Terra, interromperam o treino de futevôlei na Vila e a pelada no Itaquerão para uma emotiva saudação nas redes sociais. “Luto e saudade” foi o mantra do dia. Até o Liverpool publicou uma nota, pedindo que, pelo menos uma vez, a bola parasse em respeito aos craques que agora jogam na pelada celestial.

A cena dos clubes de Portugal foi digna de um lamento lusitano daqueles que só se vê no Fado. Porto, Benfica, Sporting—todos erguendo suas faixas de respeito, como se os seus torcedores fossem figurinhas em um álbum do Campeonato da Vida. E a Federação Portuguesa, ao som da marcha fúnebre de Chopin, pediu um minuto de silêncio, coisa que no futebol é igual a um século, antes do próximo jogo. Diogo Jota e André Silva: que no gramado do além, onde as travas são de nuvens, vocês driblem as tristezas eternamente.